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Por que os homens não ligam – Parte 1

06/12/2011

Visando esclarecer um dos maiores mistérios da humanidade (não… não vou desvendar a fórmula da Coca-Cola, ou explicar porque as mulheres vão em grupo ao banheiro), vamos explicar, detalhadamente, a velha pergunta da mulherada: Por que os homens dizem que vão ligar no dia seguinte… e não ligam?

Uma tragédia em 2 atos, com comentários finais. Portanto… 3 posts. Acompanhem.

Ou viva sem descobrir….

 

 

POR QUE OS HOMENS DIZEM QUE VÃO LIGAR E NÃO LIGAM? – UMA TRAGÉDIA EM 2 ATOS

1º Ato

Por que os homens dizem que vão ligar e não ligam? – Versão Feminina da História.

 

Você está lá, parada com o carro no cruzamento. Trânsito infernal, já tradicional, mas nada que tire o seu bom humor. O sinal está fechado e você, mulher prática e moderna… não que seja vaidosa… mas… vá lá! Que mal há em ser vaidosa…? E, já que está parada mesmo… aproveita pra retocar a maquiagem.

Pega seu batom Pearls-of-Marrakesh-com-filtro-solar-e-hidratante e começa a fazer seus lábios ficarem cor de Cereja Selvagem. Você olha no espelhinho retrovisor e percebe que o sujeito do carro de trás não desgruda os olhos de você.

Hum… Sim, ele é bonito… e tem um Audi…

“Impressão minha… coisas da minha cabeça…”, pensam os seus neurônios com toda a auto-estima que Deus lhe deu, imaginando: “Afff…. Imagina se um cara desses me dá bola.” E olha de novo e torce…. “VAI!!! Olha pra mim…”

O sinal abre e você anda duas quadras até parar no próximo semáforo. À sua frente para um molequinho fazendo malabarismos no farol, enquanto passa à direita um Hare Krishna divulgando os pensamentos de Mahabarata com incensos Jasmim.

Mas ao seu lado esquerdo, ahhhh, amiga!!!! Para o bonitão, vidraaaaado em você! Discretamente, você olha para as mãos dele no volante. Não, amiga, ele não usa aliança!!!! Incrível!

Os carros andam mais 50 metros e param novamente. Ele abaixa o vidro e diz languidamente: “Me dá seu telefone?”.

Você, meio abobalhada com o que está acontecendo, sorri, pega o celular rapidamente e se prepara para arremessar dentro do carro dele, mas Shiva te ilumina a tempo (deve ter sido o Hare Krishna) e você passa, lentamente, um cartãozinho improvisado pela janela. Coisa rápida.

Três horas mais tarde, ele te liga convidando pra jantar. Você pensa e faz um certo charme. E por fim, depois de muita insistência, acaba por aceitar um jantar no dia seguinte. Desliga o telefone, sorri e começa a cantar: “Ahhh, se eu te pego… Ahhh, se eu te pego!!!”

Na saída do serviço, você corre pro shopping mais próximo (afinal, investimento é tudo nessa vida!) e gasta metade do salário num vestido “discreto, mas sedutor” e um sapato liiiiiindo! Agora o problema é “só” descobrir com qual bolsa, com quais brincos, anéis, pulseirinha e penteado você vai combinar tudo isso…

O dia seguinte é tenso, mas… ahhh… casual, vai? Ou você acha que vou me importar com uma bobagenzinha dessas?

No horário marcado, ele vem te buscar na porta de casa, bonito e perfumado. Hum… “Perfume discreto, mas másculo”, pensa você. Ele te leva num maravilhoso restaurante japonês para comer as novas tendências da “fusion-japan-food”. Que finesse! Classe é tudo…

Daí para um barzinho intimista, com direito a uns deliciosos drinks, foi um pulo.

O papo segue conforme o previsto. Ele é simpático e bem-humorado, inteligente e culto. Ele educadamente paga a conta, sem deixar você ver o valor, bota um CD new-jazz em seu Audi, segue em velocidade cruzeiro e para na porta do seu prédio.

Você hesita. “Devo… fazer algo mais? Talvez seja melhor… Não!. Ou… mas… não, não… ahhh… mas que mal há, por Deus?”

Você o convida para um licorzinho básico, mas jura, jura e jura pra si própria que NÃO VAI DAR! Até mesmo porque você não fez depilação essa semana, e a última coisa que você quer na vida é que ele te confunda com a “Monga, a Mulher-Macaco”.

Vocês sobem, rola aquele malho previsível e irresistível…

Ele tenta avançar o sinal… você breca.

“Tenho que me controlar”, pensa juntando seus resquícios de sanidade.

Ele tenta de novo… você breca de novo. E assim caminha a humanidade…

Algum tempo depois, você sente que você ganhou o jogo. SUCESSO!

Ele se despede com um beijo e um abraço carinhoso e com aquela sinfonia pros seus lindos ouvidinhos tratados com cotonetes Johnson: “Eu te ligo amanhã…”

Você dorme nas nuvens. Que homem…

No dia seguinte, você vai de novo ao shopping, gasta até o limite de seu cartão num saia-e-blusa fofíssimo e numa linda lingerie Victoria Secret. Dispensa todos os convites das suas amigas pra badalar e…

e…

e…

… espera em casa, coração palpitando, pelo telefonema dele…

Que nunca vem.

O telefone toca! Sua vizinha chama, sua mãe liga, sua avó telefona, o Ibope pesquisa, a Natura tenta e até o lar dos velhinhos desamparados do Taboão… só ele não te chama…

Você vai dormir com aquela sensação horrível de que, nem um passeio pelo Piscinão de Ramos, em pleno surto de dengue, seria pior que isso.

É, amiga… aquele cara gostosão, bem de vida…nunca mais, nunca mais messssssssmo, te liga…

 

“O que acontecerá com nosso herói do A3? Teria morrido num acidente com uma betoneira?

E nossa heroína, conseguirá receber o tão sonhado telefonema ou sofrerá até o último de seus dias num manicômio no interior do Mato Grosso?

Não percam, em breve, o próximo capítulo da incrível saga do Reino Invisível: “Por que os homens dizem que vão ligar e não ligam….?”

 

Não perca: Em breve, o 2º ato – a versão masculina da sua história.

Inté!